A artista natural de Edo, na Nigéria, Marcellina Akpojotor amplifica a história da família em pinturas repletas de retalhos de tecido mostrando um pouco da vida doméstica do país. Após sua mostra no espaço recentemente inaugurado Rele, em Londres, a artista reflete sobre a natureza holística de seu processo e como as conversas familiares e a comunidade a trouxeram até aqui.
Durante a sua infância, Marcellina esteve imersa numa série de referências visuais que se devem em grande parte à propensão do seu pai para a arte, que desenvolvia estêncil, caligrafia, pintura de paisagens, confecção de banners e sinalização em carrocerias de carros e ônibus amarelos na cidade de Lagos.
Juntamente com o talento artístico do pai, ela aproveitou a grandiosidade da iconografia católica de sua igreja e, ao absorver essas imagens, começou a fazer as suas próprias na forma de cartões comemorativos para amigos da escola. “As pinturas e esculturas deixaram impressões na minha mente ainda jovem; em algum momento eu disse para mim mesma: quero poder pintar assim ”, revela.
Ao longo dos anos, embora Marcellina se dedicasse à arte com o pai, o título de “artista” não parecia viável. “Eu via isso como um hobby, algo que eu poderia fazer nos finais de semana depois do meu trabalho regular, mas depois do ensino médio e de fazer o vestibular para estudar ciência da computação, tive o que chamaria de: um despertar ”, conta ela.
“Depois de conversas com amigos também fui incentivada a seguir a carreira artística. Percebi que queria dedicar a minha vida ao que me traz alegria ”, e assim ela passou a estudar arte e design industrial na Escola Politécnica do Estado de Lagos. Vale a pena vir aqui e conhecer mais do trabalho da artista.