Em sua mais recente série de pinturas, a artista nova-iorquina Madeleine Bialke se inspirou no tempo que passou na cabana de sua família nas montanhas Adirondack, no norte do estado de Nova York, durante o primeiro verão da pandemia global. Mas nem tudo é o que parece.
Intitulada Long Summer, a mostra faz referência a artista se recuperando da doença de Lyme e se inspira na nostalgia dos anos 50 do filme de inspiração local, A Place in the Sun. Além das conhecidas paisagens de madeira daquela bela região, há também uma sensação doentia, pálida e pós-apocalíptica em cada pintura.
As pinturas distópicas de Bialke são em sua maioria desprovidas de pessoas, já que ela opta por se concentrar em formas orgânicas, como folhas, arbustos volumosos e arredondados e folhagens insidiosamente antropomórficas.
Ao fazer isso, Bialke subverte uma perspectiva antropocêntrica, nos lembrando que o mundo natural não é um recurso exclusivamente para humanos. Esse cinismo é sugerido em suas composições misteriosas, onde pessoas e árvores estranhamente se espelham no que poderia ser descrito como um entendimento mútuo.
É como se as próprias árvores e folhagens estivessem sofrendo dos mesmos males, conscientes do que está acontecendo com o planeta. Conheça mais do trabalho da artista, aqui.